Departamentalização da Organização Tempo IIIHenri Fayol foi considerado o ‘Anatomista da Organização’ (1916), porque veio com uma visão empresarial distinta para a época, pois focou sua atenção na divisão que se opera dentro das organizações, ou seja, departamentos, áreas, seções, unidades. Suscitou as funções administrativas (técnica, comercial, financeira, administrativa, contábil, de segurança). Criou uma abordagem racional e foi pioneiro na valorização do papel do gerenciamento.

É o modelo de gestão administrativa que grande parte das organizações ainda aplica hoje, embora centralizadora, controladora.  O ponto crítico comum de todas essas abordagens mecânica, é que o trabalhador era visto como um dos insumos produtivos, ao lado de equipamentos, matéria-prima e energia.  Era chamado de ‘homem-boi’ pela força física e sua disposição ao trabalho, além de ser totalmente submisso ao controle de seu supervisor, disposto a seguir rigidamente todas as normas e rotinas estabelecidas pela empresa. A criatividade, a valorização do homem como bem maior, o principal ativo da organização ainda não tinha sido reconhecido.

Tempo IV – Gestão Burocrática

Gestão burocrática tem a ver com a gestão pública, que embora, ainda hoje, seja conhecida pela sua lentidão e muitas vezes, ineficiência, seu propósito era bem distinto. O poder independia das competências pessoais do sujeito que a exercia;  a base fundamental do modelo era a importância do cargo, e do poder oriundo dele, não as habilidades do indivíduo que o ocupava.

É fundamentado no trabalho coletivo, com divisão metódica do trabalho, claramente separadas as funções de direção e execução, do trabalho intelectual do operacional. Era ainda um modelo centralizador, estritamente rígida à hierarquia da autoridade, devendo, o subordinado, obediência estrita ao seu chefe imediato.

O poder burocrático tolhia ao trabalhador criatividade e inovação, pois o modelo não deixava que o indivíduo extrapolasse suas competências, bem como não favorecia o crescimento humano, o trabalho integrado. Havia uma distribuição desigual de poder, no qual poucos podiam muito e muitos não tinham voz.

Era um modelo opressor e indutor de arranjos autoritários. Não obstante, o modelo foi capaz de gerir adequadamente a produção mecanizada, de larga escala, com grandes investimentos financeiros, o que caracterizava o capitalismo industrial.

Capital Intelectual? Tempo V – Uma Abordagem Humanista

Somente em 1932  observou-se que o fator psicológico interferia na produtividade do trabalhador; estava explícito que uma organização extrapolava as questões burocráticas, normas, procedimento, rotinas administrativas e que pessoas, grupos, líderes informais mereciam um olhar mais pontual.

Dentre os autores humanistas, destaca-se Mary Parker Follett (1868-1933), chamada de “Profeta do Gerenciamento” (Em Resenhas, de MARY PARKER FOllETT, Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997, 316 p.) por ter ideias muito avançadas para a época, pois defendia que a criatividade era um atributo do trabalhador. Seus ensinamentos eram incompreensíveis para o momento (anos 30 e 40), pois patrões e empregados tinham posições bem antagônicas.

Embora assim, vivendo numa época dominada por homens, propunha uma forma mais adequada para a liderança, para o exercício da autoridade despersonalizando o ato de dar ordens, porém enfatizando a importância de uma tarefa, em vez dos direitos que uma pessoa tem sobre a outra.

À respeito da liderança do poder, apresentou ideias relevantes afirmando que

“cada membro do grupo tem poder exclusivo e soberano, derivado da combinação de conhecimentos, habilidades e experiências que possui. A função do gerente é ajudar os membros do grupo a perceber esse poder e unificar os poderes.”

“O ‘dar ordens’ necessita de tanto estudo e treinamento, quanto qualquer outra habilidade que desejemos adquirir”. (http://www.scielo.br/pdf/rae/v37n2/a09v37n2.pdfpor Delmo Alves de Moura. Pós-graduado no CEAG da EAESP/FGV e Professor do Departamento de Administração da FACESP/FECAP.)

Dentre vários, destaca-se Abraham Maslow (1908-1970), que propôs a hierarquia das necessidades, demonstrando que o comportamento humano é motivado por uma gama de necessidades simultâneas e que cada ato, ação, pode ter mais de uma motivação que leva o indivíduo à sua realização. Outro ponto importante do estudo refere-se aos objetivos finais das pessoas no que diz respeito à motivação, e não nos objetivos intermediários que são os meios usados para se atingir os finais.

Com o crescimento das organizações e a complexidade assumida pela sociedade a partir do final do século XX e da globalização, fez-se necessário o surgimento de novas formas de trabalho, de inovações que superassem todas essas limitações e a aproximação ao que hoje chamamos de capital intelectual.

LIVRO
CAPITAL INTELECTUAL – A FÓRMULA DO SUCESSO
Montijo, Cida  – CAPITAL INTELECTUAL – A FÓRMULA DO SUCESSO
Capítulo 4 (Do braço ao cérebro) – Editora Ser Mais, São Paulo

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Teorias Administrativas – Capital Intelectual 2/4
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